À bela flor de Portugal
(Raquel Sebastiani)
Desejava a bela flor
Em versos gritar sua dor
Poetisa se tornou
Seu desejo realizou
Também eu queria ser capaz
De um feito tão audaz
Transformar em pura poesia
A mais sofrida dor, a pior agonia
As palavras que ela escreveu
Seus desejos, suas dores
Suas paixões, seus dissabores
Os sinto como se fossem meus
Queria saber mais da poetisa
Que tanta beleza produziu
Mas que diante do duro sofrimento
Ainda jovem sucumbiu
Busco respostas em seu retrato
Olhar melancólico, rosto determinado
O que os lábios cerrados ocultaram
Pena, tinta e papel revelaram
Eu que já estou velha
Ainda carrego a minha dor
Será que faltou-me coragem
Para seguir os passos da bela flor?
