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Homem dos meus sonhos - Raquel Sebastiani


Homem dos meus sonhos
(Raquel Sebastiani)

O abraço frio
O beijo seco
O corpo rígido
Não estás morto

Morto está o sentimento
Que por mim tiveste
Mesmo frágil e minguante
Ausente, hoje é meu tormento

Ah, homem dos meus sonhos
Que nunca exististe realmente
Por que te fantasiaste daquele
Que foi meu tão brevemente?




Sonhos infinitivos


Sonhos infinitivos
(Raquel Sebastiani)

Sonho em fugir
e nunca mais ferir
Sonho em desaparecer
com cada grão do meu ser
Sonho um voo alçar
e num instante tudo acabar

Sonhos que gritam
Não me deixam dormir

Aprender a odiar


Aprender a odiar
(Raquel Sebastiani)

Não vou mais sofrer
Desisti do bem-querer
Se não posso sorrir
Também não vou chorar
Chega de me iludir
Vou aprender a odiar
Nunca mais vão me ferir
Nunca mais irei amar

Doces lembranças

O blog chegou ao seu 200º post. Mais um "pseudopoema" dedicado ao meu amor maior, àquela que – apesar de todas as dificuldades – dá sentido à minha vida. Minha filha.


Doces lembranças
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

Um riso alegre
Gritinhos de euforia
Olhos brilhantes
E uma boquinha que sorria
Na memória ficarão para sempre
As doces lembranças daquele dia

Primeiros passos


Primeiros passos
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

O pequeno pé
Ainda inseguro
Chega ao chão
Firma na terra
Seguindo o outro
Que foi primeiro
Assim estréia
Minha menina
Seus passos
Na vida

Guerreira


Guerreira
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

Brava guerreira
Bela e lampeira
Essa luta tem que ter um fim
Larga esse travesseiro
Te entrega por inteiro
Para um doce sono, enfim

Letras


Letras
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

Como entender
A paixão tão precoce
Da menina pelas letras
Será que já quer ler?
Ou é a sua própria história
Que mesmo tão pequenina
Quer tomar em suas mãos
E começar a escrever?

Menina


Menina
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

Ah, menina
Flor do meu jardim
Longos cabelos
Perfume de jasmim

Não consigo descobrir


Não consigo descobrir
(Raquel Sebastiani)

Não consigo descobrir
Onde me perdi
Para nunca mais me encontrar
E as lembranças do que um dia eu fui
O tempo já começou a apagar

Dia ruim


Dia ruim
(Raquel Sebastiani)

Só quero que chegue o fim
Do dia ou da vida
Não há outra saída

Sinceridade


Sinceridade
(Raquel Sebastiani)

A minha vida é uma merda
Essa é que é a verdade
Dita com toda sinceridade
A você que está em Berna

Devoção


Devoção
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

Ah, menina dengosa
Às vezes fica manhosa
Chora, grita, esperneia
E a mãe, que só tinha fé na ciência,
Vira devota de Santa Paciência

Demente


Demente
(Raquel Sebastiani)

Lá vai a demente
Está semiconsciente
Daquilo que sente
É ser indecente
Quer ser diferente
Num mundo descrente
Seu crime aparente:
Nadar contra a corrente

Solitária


Solitária
(Raquel Sebastiani)

A cela temida
O verme parasita
A vida sofrida
Da pessoa esquisita

Silêncio


Silêncio
(Raquel Sebastiani)

Da boca
Do riso
Do abraço
Do contato
Do benquerer
Do malquerer
Do viver
Só morrer

Norte


Norte
(Raquel Sebastiani)

Eu não tenho norte
Algo que me conforte
Sofrimento virou esporte
Não há o que eu não entorte
Nem quem me suporte
Ou que comigo se importe
Encontrar a morte
Seria minha sorte
Bastaria um corte
Mas não sei ser forte

Teimosia


Teimosia
(Raquel Sebastiani)

Sofro noite e dia
Pela amizade que se perdeu
Pelo amor que não foi meu
Mas às vezes me pergunto
Se todo esse sofrimento
Não é por pura teimosia

Tapa-olho


Tapa-olho
Para minha filha
(Raquel Sebastiani)

A franja comprida
Cobre o olho da menina
Alguém diz -
assim não pode ser bailarina
A menina não liga
E de onde está, grita
Pirata ela quer ser
E com seu tapa-olho
Mil aventuras irá viver

Pulsos cortados


Pulsos cortados
(Raquel Sebastiani)

Coração dilacerado
Pulsos cortados
O que ontem era sofrimento
Hoje é esquecimento

Sonhos


Como é sofrido
O luto por nossos sonhos perdidos

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Aquele sonho
Que parecia tão belo
Revelou-se, a bem da verdade
Uma grande infelicidade

Raquel Sebastiani