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Sossegue coração - Paulo Leminski
sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos a fora
calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa
Paulo Leminski
Incenso fosse música - Paulo Leminski
Incenso fosse música
(Paulo Leminski)
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
A lua no cinema - Paulo Leminski
A lua no cinema
(Paulo Leminski)
A lua foi ao cinema
Passava um filme engraçado
A história de uma estrela
Que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
Uma estrela bem pequena
Dessas que quando se apagam
Ninguém vai dizer que pena.
Era uma estrela sozinha
Ninguém olhava pra ela
E toda luz que ela tinha
Cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
Com aquela história de amor
Que até hoje a lua insiste
Amanheça por favor.
Parada cardíaca - Paulo Leminski
Parada cardíaca
(Paulo Leminski)
Essa minha secura
essa falta de sentimento
não tem ninguém que segure
vem de dentro
Vem da zona escura
donde vem o que sinto
sinto muito
sentir é muito lento
Desaparença - Paulo Leminski
Desaparença
(Paulo Leminski)
Nada com nada se assemelha.
Qual seria a diferença
entre o fogo do meu sangue
e esta rosa vermelha?
Cada coisa com seu peso,
cada quilômetro, seu quilo.
De que adianta dize-lo,
isto, sim, é como aquilo?
Tudo o mais que acontece
nunca antes sucedeu.
E mesmo que sucedesse,
acontece que esqueceu.
Coisas não são parecidas,
nenhum paralelo possível.
Estamos todos sozinhos.
Eu estou, tu estás, eu estive.
Meus amigos - Paulo Leminski
Meus amigos
(Paulo Leminski)
meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa
presença
olhar
lembrança calor
meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão
Curva Psicodélica - Paulo Leminski
CURVA PSICODÉLICA
a mente salta dos trilhos
LÓGICA ARISTOTÉLICA
não legarei a meus filhos
Paulo Leminski
Amor - Paulo Leminski
Amor, então
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Paulo Leminski
Razão de ser - Paulo Leminski
Razão de ser
(Paulo Leminski)
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Erra uma vez - Paulo Leminski
nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez
Paulo Leminski
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